sábado, 5 de junho de 2010

A única de amor.

Ah! Se não soubesse que você é importante,
Se a saudade movesse o monte,
O horizonte não espelisse luz,
O sonho é onde acordaríamos.

Hoje eu acordei,
Me virei e não vi você.
Liguei a TV, ouvi reclamações e ódio,
Me senti melancólico e sem razão.

Ah! Mas eu quero tanto ter você perto de mim,
Um final feliz, pois hoje eu sou clichê,
Triste de novo, minha sombra não é branca.

Não sou nuvem nem matéria,
Só platéia da sua miragem,
Uma imagem incógnita;

Sem inspiração, o final do ciclo Ying Yang,
Sem solução, Relatividade versus quântica,
O décimo segundo trabalho de Hércules,
Me sem cérbero, sem você eu nunca ocorri.

Me ame meu amor,
Hera quer me degolar,
Por ouvir sua voz que é Deus, enfrento pequenos tiranos;
Se te entendo, pois sou pequeno,
Não me resta sobras,
Nem dúvidas que faltem,
Não encontro lugar se não te procurar.

Sou parte, mas à parte de ti sou cego,
Sou veto, sanção, um minto
Sobre a lenda de nós dois,
De nós,
De ser.

domingo, 14 de março de 2010

O Mistério das Catedrais de Fulcanelli

O mundo está vazio.
O vento é o melhor amigo,
Procuro pensamentos desconhecidos,
Um sinal de vida neste manifesto de sangue.

O escorpião já foi águia
Que agitou as águas do pacífico em busca de um cais,
No centro se encontra o sol,
Profecia de Sagitário para o que nos opõe.

As igrejas são sinais,
Segredos obscuros e atrevidos,
O livro perdido nos propõe
Que entre a escolha de dois caminhos,
Há sempre um indeciso.

Napoleão o primeiro, Hister o segundo,
Talvez conheci o terceito,
Porém não importa se a porta se prostrará,
O minuto seguinte ao que se sucede
Não a encontrará.

Os rituais esquecidos se cumprirão
E sua missão não tem importância,
Fato histórico já presumido,
Sobra-lhe a conta de seus devidos lugares,
Que as trombetas já soaram.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Irukandji

Este soneto só eu entendo,
Escrevo no limite sombrio,
O ponto de vista do céu,
Pois o Sol não tem lado negro.

Encontre-me onde não posso me achar
Não quero procurar, o mundo é lunar,
É quase um prazer me conhecer,
Se o que eu encontrasse não fosse lamento.

O choro em Inglês é mais real,
Moeda forte em um mundo banal,
A frequência se ouve ao longe,
Mas você não entende o momento.

Mas você não entende que o soneto
Não é onde se concentra a energia.
O dia passa, Os anos vêem,
Você andando, sem querer chegar.

Você sabe, mas não imagina,
O que te espera no outro lugar.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Espontaniedade suprema.

Nas alturas não entendi,
Pois de baixo não quiseram minha ajuda,
Entenderam erroneamente,
A ilusão era sobressalente.

Num sonho te pedi,
Mas pedi ao ser errado,
e, não sei se estás ao meu lado,
Não consigo enxergar.

Mas eu sei que preciso viver,
Meus olhos migrantes,
Encontram casa em novo horizonte,
E prisão se olhar
Por mais de um instante.

Aprendi a viver só
Esperar que o nó se desfaça
É um cabo de guerra contra a massa
Que quanto mais você puxa,
Mais eles te empurram para a desgraça.

Aprendi a viver só,
Escalar minha escada rolante,
Não tenho mais tempo para volantes sem carro,
Só preciso de um cigarro na boca
E a boca para pedir um fósforo.

No caminho da luz,
A boemia não se aproxima,
a não ser que queiramos ser o sol a meia-noite,
E não o sol ao meio-dia.

Onde está Wally?

A minha Inspiração,
Quando eu fico sem você
E os meus pés ficam sem chão,
Finjo que é levitação,
E ai encontro seu retrato
Olhando as flores do colchão.

A noite vai ser longa,
Lembro você na nossa casa
Perguntando se a roupa ficou boa,
Só pra chamar minha atenção;
E hoje escuto Special Night
Sem saber se é Ed Motta ou Sepultura,
Eu não ligo pra pedir canção.

Eu queria fazer parte
Da família da tampa de margarina,
Pra felicidade começar com o pão nosso de cada dia.

Eu queria ser sua pele,
Só pra ser seu por toda minha vida,
E você não desgrudar nenhum segundo de mim,
E não chorar ao ouvir no rádio
Uma música que conte uma história tão triste assim.


Uma composição de Mr. Barney e a Banda de um Homem só.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Um pingo de água.

Quando encontrei o mar,
Entrei em silêncio, um encontro simples,
Calmo clima, de cima me via o astronauta.

Estava em um castelo de areia, sabia antes de pensar,
O tempo o senhor nos Deus, e por isso o tinha todo,
A exatidão era infinita, a lágrima doce caía,
Descobri o que é chorar de alegria.

Era o protagonista do filme da minha vida,
Ri ao entender como era fácil,
De imediato descobri o que o diretor queria.

Quando encontrei o mar,
O fogo se misturava ao sal,
Aprendi a sair pela fissura do sol.

Fechei os olhos e a onda me levou,
Era branca a cortina de rendas preciosas,
A canção da Jubarte na frequência das algas,
A corrente era o vento fresco,
Sem fazer força balançava o imenso deserto de água.

No mar não existia pecado,
Os Náutilos preferiam os Sete Mares e Capitães,
Onde agora viviam felizes os outrora negros náufragos,
Sua família era o mundo, tão gostoso e inundo,
Não ligavam de ser chamados de Sub-Mundo.

Até o Tubarão Branco, sábio e sério senhor,
Entrou na festa da pequena sereia e sua orquestra de Medusas;
A água tomou vida, tocou Flamenco nos Mexilhões Castanholos.

Era eterna a festa da alegria, e obrigatória esta sina,
Humano como sou, perguntei onde serviam bebida.
E ai lembrei que não tinha fôlego.

Acordei, 3:48 no relógio de pulso,
Não me lembrei do que havia sonhado,
Embaixo, o colchão ensopado.
Com sono, lembrei-me de que a noite estava quente.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

A lenda do Escorpião Vinagre.

Você, que sola notas ácidas,
Encontra abrigo no fundo escuro do chão,
Escolheu não ter ferrão, mas ri quando sofre a vítima,
Divertido e impetuoso,
Sua diversão és tu, que és horrível e insosso.

É quente o groove compressado,
Quatro por quatro,
Traição nas quatro cordas,
Quando é autista ao extremo,
O escorpião não tem medo de si mesmo.

Escorpião, a soma de todos os medos,
Promessa de perdão do Constantino,
É o alumínio em seu estado natural.
Não liga se é difícil entender,
É só pra quem faz por merecer.

Golpe do escorpião é piedade,
Escolheu ser a maldade por instinto,
Um ciclo , uma escala acidental,
Sonoridade Menor Harmônica.

Estimação do faraó,
Extinção de quem tem dó
de escorpião inofensivo, - AH! Mas não tinha ferrão...
A morte se encontra na falta de sorte.

Depois da chuva, o sol da manhã,
E quem o escorpião inabilitará?
Só vai saber quem vale a pena,
Quem não sabe
Quem é o Escorpião Vinagre.